terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Atendimento Padrão UAU

Li recentemente um artigo de Tom Peters sobre projetos UAU que me fez refletir sobre o que efetivamente precisamos fazer para nos tornarmos pessoas e consumidores felizes. Estraguei tudo me referindo ao termo consumidor? Você vai me entender! O padrão UAU é o que eu chamo de surpreender, encantar, deixar você de queixo caído. UAU foi demais! UAU, jamais esperei ser atendido assim; UAU, jamais esperava um gesto desta magnitude, UAU, vocês entregaram um projeto de excelente qualidade e antes do prazo acordado. UAU, você fez algo que não era de sua área de atuação, mas que ajudou definitivamente na fidelização daquele cliente; UAU, você realmente se importa comigo.

Explicado o padrão UAU, responda sem titubear: quantas vezes você foi surpreendido ou surpreendeu alguém com o padrão UAU nos últimos seis meses? Difícil né?

Porque é tão difícil fazer de um gesto, de uma atitude positiva, uma marca na consciência desprovida de boas ações dos consumidores? Lembre-se que a memória de quem é agredido levianamente, é indelével!

Estamos na era da sagacidade, em que as pessoas mais antenadas, mais empáticas levam vantagem no concorrido mercado da conquista e manutenção de clientes e amigos.

Todos indistintamente podem ser ou fazer parte de um projeto UAU? Diria que sim e não. Minha resposta foi incongruente? Vamos lá! Qualquer oferta de serviço é uma experiência, correto? O que nos faz proporcionar boas experiências aos outros? Além da educação! Motivação seguida de uma boa dose de exemplos positivos de quem lidera. Vislumbro o dia em que o mundo corporativo dizime as hierarquias, que cada pessoa seja um verdadeiro EU S/A., sendo um genuíno fornecedor e fortalecedor de negócios, sem as barreiras protecionista denominadas departamentos entrincheiradas por baias (que nome horrível, mas é o que mais ouço. Significado no Aurélio: Compartimento ou espaço ao qual se recolhe o animal, nas cavalariças e estábulos; boxe). Nas lojas de móveis de escritório impingem algo menos agressivo: estações de trabalho, plataforma de trabalho. Mas é isto, as empresas estão obliterando sua razão de ser, através de uma hemorragia organizacional que dificilmente são estancadas rapidamente. Quando se dão conta, um membro é amputado, ou quando um aneurisma estoura extirpando as chances de continuidade de uma história. As empresas ficaram tão dependentes dos sistemas computacionais que eles comandam as ações e não ao contrário. Não são os sistemas que vivem em função da empresa e sim ao contrário, criando gigantescos imbróglios que na maioria das vezes são usados para servirem de desculpas para os funcionários de “baia”. É mais fácil. E isto não é de hoje. Quando trabalhava em um Banco na informatização de seus sistemas (faz tempo!), estava eu em Rondonópolis, o sistema mal foi implantando e os funcionários já davam desculpas do tipo: Foi o sistema! (lançamento errado). Certa vez uma senhora queria falar com este tal sistema... O que mudou de lá para cá?

E quanto a resposta à incongruência cometida alguns parágrafos acima: É tão simples quanto. A mudança de cultura não deve ocorrer hoje; deve começar agora, neste exato momento. Portanto é uma questão de atitude. Demita aqueles que não querem fazer parte da renovação. Não admita nada menos do que excelência. Brigue pelo sucesso e não pela satisfação de seus clientes. Livre-se das babaquices departamentais; crie equipes transfuncionais; derrube os muros impenetráveis e tenha processos transparentes e objetivos. Diga não a burocracia, que já criou camadas isolantes que abafam a competência de profissionais escondidos sobre os calabouços sistêmicos.

Enfim, dê alma à sua empresa. Dê liberdade à criatividade de seus funcionários. Reveja seus processos. Não contrate tipos competitivos, prefira os comunicativos. Não venda produtos, venda experiências. Não entregue o que o cliente comprou e pagou, entregue encantamento e surpresas agradáveis. Deixe seu cliente embasbacado, para isto não venda, simplesmente o seduza.

É incompreensível ainda hoje, áreas sendo inchadas por gerentes de nível médio em busca de poder (como se o poder fosse composto pela quantidade de funcionários sobre um arcano aprisionamento intelectual, tornando mais lenta ainda as manobras estratégicas de uma organização) em detrimento dos projetos UAU.

Empresas, exijam projetos UAU.


Colaboradores, façam acontecer projetos UAU.

Sucesso a todos!

6 comentários:

Anônimo disse...

Dema, estava com saudades dos seus artigos.
Gostaria que principalmente as cias telefonicas pudessem ler isto. Sempre estão se refugiando nos sistemas. Eles agem como se nós não tivéssemos cérebro.
Outra coisa que tem razão é o quanto a hierarquia despropositada atrapalha a criação e o desenvolvimento dos bons profissionais, aqueles que querem realizar projetos UAU.
Mais uma vez, parabéns e digo que seu artigo é UAU.
beijos
Sonia

Anônimo disse...

Dema, você tirou a gente da zona de conforto. Trabalho em uma multinacional há anos, e o que realmente fazemos é trabalhar para nós mesmos, ou seja, faço algo que julgo importante, porém, temos chefes que não motivam suas equipes, que não dão autonomia, que escravizam seus funcionários nas chamadas baias. Só falta realmente o cabresto.
Os analista da minha empresa tem como meta apenas chegar ao fim do dia. Que m...
Parabéns, não vejo a hora de ler o próximo. Vou mandar este pra todo mundo aqui na empresa.

abs

Anônimo disse...

Amigão, quanto tempo!

Este seu artigo deveria ir para muitas empresas que prestam serviços. Os caras não sabem propiciar uma experiência marcante. Funcionário desmotivado é a pior coisa que uma empresa pode ter. Um brinca que trabalha o outro brinca que paga e a única cobrança que se tem é quanto ao horário de trabalho.
Absurdo!

Manda mais artigos.

abraços

Leo

Anônimo disse...

Excelente artigo!! Parabéns !!

Anônimo disse...

Grande Dema

Muito bom seu artigo. Você como sempre, com uma visão muito clara do que deve ser feito.

Cara, e tem gente falando de funcionários. Realmente, funcionários ficam em baias, talentos não tem lugar definido. Ficam onde a empresa necessita deles. Não querem que suas (desculpem) "bundas" fiquem gordas, mas sim que seus cérebros fiquem soltos para auxiliar na estratégia. Talentos atraem talentos.

Espero poder trabalhar com você um dia. Te admiro muito.

Rafael Bretta

Anônimo disse...

UAU tremendo

Como sempre amei

Tô mandando para o meu Diretor de Operações.

bjs