terça-feira, 1 de maio de 2007

A Janela do Tempo

Para mim as últimas semanas foram um retorno ao passado, onde pude reencontrar muitas pessoas que não via há mais de 20 anos. É como se abrisse a janela do tempo para vasculhar o passado e trazer a síntese daquilo que mais fortemente me chamou a atenção em outras épocas.

Passada a euforia e olhando através desta janela, surge uma visão poética, descrita em fragmentos dentro de uma coletânea de momentos que sem dúvida nos marca para sempre. A partir daí vislumbrei um horizonte de possibilidades, que por mais inalcançável que possa parecer, ainda assim, depende exclusivamente de mim potencializar com o fim de catalisar o melhor e poder tornar estes encontros fotografias do futuro.

Quando alguém nos pergunta quantos amigos nós temos, a resposta é sempre a mesma, dá para contar na palma da mão. Porque entendemos que amigo de verdade é aquele que está presente nos melhores e principalmente nos piores momentos da nossa vida.

A pergunta que faço é: por que nos afastamos das pessoas que passaram pela nossa vida e que tiveram algum significado? Porque não conseguimos mantê-las próximas? Hoje em dia falamos que o tempo é o maior vilão do afastamento. Mas será? Tenho certeza que se você pegar o telefone agora e ligar para alguém que você não vê há muito tempo e marcar um happy hour este tempo surgirá. Tempo é uma questão de atitude!!! Priorize aquilo que é bom para sua vida, que não é só trabalho, academia, etc. Amigos deveriam ser a prioridade das pessoas. A sua prioridade. Porque você tem que se colocar no papel de colega. Colega de trabalho, colega de faculdade, colega de academia. Dê um passo à frente. Falta amizade no mundo, falta amizade pra você.

Que você possa a partir de agora colocar na sua lista de prioridade a abertura da janela do tempo. Às vezes ela fica emperrada, travada, difícil para abrir, mas tente deixe renovar o ar.

Para quem quiser ouvir as vozes do passado, a janela do tempo está aberta. Portanto, pegue o seu celular, email, telefone do trabalho ou de casa, orkut, linkedin, youtube, sinal de fumaça, em fim, qualquer meio de comunicação e construa amizades.

Finalizo com um trecho de um poema de um autor desconhecido.

... E é pela janela do tempo que as lembranças
escorrem em forma de cachoeira
deixando-me as sobras de saudades
de tudo o que pensei ser meu horizonte...

Sucesso à todos
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Dica da Semana: Faça um happy hour no Drake´s Bar no bairro de Pinheiros - SP ( http://www.drakesbar.com/deck_port.htm )

terça-feira, 27 de março de 2007

Cronologia da Decisão

No artigo anterior dei um pincelada no tema Decisão, e vi que o assunto tem algumas nuances que precisam ser melhores entendidas e somente a história nos faz enxergar no espelho do passado a imagem refletida do futuro. Agradeço a minha amiga Elaine Catardo que deixou uma mensagem no blog sugerindo um livro sobre o tema decisão: BLINK - A Decisão num Piscar de Olhos!

Para aqueles que se interessarem e querem se aprofundar a sinopse do livro é:
O título 'Blink - A decisão num piscar de olhos' pode sugerir algum tratado de auto-ajuda, mas na verdade, o livro analisa a importância do que chamamos de intuição. Trata das decisões instantâneas da parte do nosso cérebro conhecida como 'inconsciente adaptável', capaz de realizar raciocínios imediatos e chegar a conclusões antes que tomemos noção consciente do que está acontecendo. O livro explica como funciona esse processo mental e mostra mais exemplos de situações relativas a ele. Como conclusão, Gladwell defende a importância dos dois primeiros segundos em que o ser humano reage a uma situação. 'Blink' trata a intuição como importante ferramenta de decisão, um diferencial que deve ser cada vez mais valorizado no mercado de trabalho e na vida pessoal.

Entendo a evolução das decisões:


1620: Francis Bacon afirma a superioridade do raciocínio indutivo na investigação científica.

1641: René Descartes propõe que a razão é superior á experiência na obtenção do conhecimento e estabelece o arcabouço para o método cientifico.

1654: Incentivados pelas dúvidas de um jogador profissional sobre o “problema do pontos”, Blaise Pascal e Pierre de Fermat formulam o conceito de cálculo de probabilidades para eventos aleatórios.

1660: A aposta de Pascal na existência de Deus mostra que o tomador de decisão as conseqüências do erro, e não a probabilidade de errar, podem ser de suma importância.

1738: Daniel Bernoulli assenta as bases da ciência do risco ao examinar eventos aleatórios do ponto de vista de quanto um indivíduo deseja, ou teme, cada resultado possível.

Século 19: Carl Friedrich Gauss estuda a curva do sino, antes descrita por Abraham de Moivre, e cria uma estrutura para a compreensão da ocorrência de eventos aleatórios.

1880: Oliver Wendell Holmes, numa série de palestras mais tarde publicadas sob o título The Common Law, afirma que “a vida da lei não é a lógica, mas a experiência”. Um juiz, diz, deve basear suas decisões não só nos estatutos da lei, mas no bom senso de membros (...) da comunidade.

1886: Francis Galton descobre que, embora os valores num processo aleatório possam se afastar da média, sua tendência com o tempo é voltar a ela. Seu conceito de regressão à média vai influenciar a análise de investimentos e negócios.

1900: Estudos de Sigmund Freud sobre o inconsciente sugerem que atos e decisões do individuo muitas vezes são influenciados por causas ocultas na mente.

1907: O economista Irving Fisher apresenta o valor presente líquido como ferramenta de tomada de decisão, propondo o desconto do fluxo de caixa projetado a uma taxa que reflita o risco do investimento.

1921: Frank Knight distingue o risco (no qual é possível saber a probabilidade de um resultado e, portanto, buscar proteção) da incerteza (quando é impossível saber a probabilidade de um desfecho).

1938: Chester Barnard distingue a tomada de decisão pessoal da organizacional para explicar por que certos funcionários agem com o interesse da empresa, e não o próprio, em mente.

1944: Num livro sobre a teoria dos jogos, John Von Neumann e Oskar Morgenstern descrevem uma base matemática para a tomada de decisões econômicas: assim como a maioria dos teóricos até ali, julgam que o tomador de decisão é racional e coerente.

1946: A Alabe Crafts Company, de Cincinnati, lança a Magic 8 Ball.

1947: Rejeitando a noção clássica de que quem toma decisões age com perfeita racionalidade, Herbert Simon diz que, devido ao custo de reunir informações, o executivo toma decisões com uma “racionalidade limitada”, contentando-se com decisões “boas o bastante”.

1948: O projeto RAND (contração de “research and development”) é separado da Douglas Aircraft e vira um centro de estudos sem fins lucrativos. Tomadores de decisão usam as análises do centro para elaborar políticas sobre educação pobreza, crime, meio ambiente e segurança nacional.

1950: Pesquisas realizadas no Carnegie Institute of Technology e no MIT vão levar ao surgimento das primeiras ferramentas informatizadas de apoio à decisão.

1951: Kenneth Arrow apresenta o teorema da impossibilidade, segundo o qual não há um conjunto de regras para a tomada de decisão social que preencha todos os requisitos da sociedade.

1952: Harry Markowitz demonstra matematicamente como montar carteiras diversificadas de ações para obter retornos consistentes.

Década de 1960: Edmund Learned, C. Roland Christensen, Kenneth Andrews e outros desenvolvem o modelo de análise SWOT (vantagens, desvantagens, oportunidades e ameaças, na sigla em inglês), para a tomada de decisão em prazos curtos e circunstâncias complexas.

1961: A expressão “Catch 22”, do romance de Joseph Heller, vira sinônimo, em inglês, do circulo ilógico da burocracia, que impede a boa tomada de decisão.

1965: Empresas usam o System 360 da IBM para implementar sistemas de informação de Gestão. Roger Wolcott Sperry inicia a publicação de estudos sobre a especialização funcional dos dois hemisférios do cérebro.

1966: Nasce a expressão “opção nuclear” ligada ao desenvolvimento de armas nucleares atômicas e mais tarde usada para descrever a escolha da rota de ação mais drástica.

1968: Howard Raiffa explica, no livro Decision Analysis, muitas técnicas fundamentais, incluindo arvores de decisão e o valor esperado da informação de amostra (em contraste com a informação perfeita).

1970: John D.C. Little desenvolve a teoria fundamental de sistemas de apoio à decisão e aumenta a capacidade destes.

1972: Irving Janis cunha o termo “groupthink” para a tomada de decisão falha que prioriza o consenso em detrimento do melhor resultado. Michael Cohen, James March e Johan Olsen publicam “A Garbage Can Model of Organizational Choice”, sugerindo que a empresa revire sua “lixeira de informações” atrás de soluções que foram para no lixo por falta de um problema.

1973: Fischer Black e Myron Scholes (numa tese) e Robert Merton (em outra) mostram como avaliar com precisão opções de ações, deflagrando uma revolução na gestão de risco. Henry Mintzberg descreve vários tipos de tomador de decisão e situa o processo decisório no contexto maior da atividade gestora. Victor Vroom e Philip Yetton criam o modelo Vroom-Yetton, que explica como diferentes estilos de liderança podem ser usados para resolver diferentes tipos de problemas.

1979: Amos Tversky e Daniel Kahneman publicam a teoria do prospecto, que demonstra que o modelo econômico racional não é capaz de descrever como alguém toma decisões diante das incertezas da vida real. John Rockart trata das necessidades de dados de executivos, levando ao desenvolvimento de sistemas de informação para gestores.

Década de 1980: A famosa frase “Ninguém nunca foi demitido por comprar um IBM” simboliza decisões motivadas primordialmente pela segurança.

1984: W. Carl Kester promove o conceito de opções reais ao sugerir que o gestor pense em oportunidades de investimento como opções sobre o futuro crescimento da empresa. Daniel Isenberg explica que o executivo costuma combinar planejamento rigoroso com intuição quando o grau de incerteza é elevado.

1989: Howard Dresner apresena o termo “Business Intelligence” para descrever uma série de métodos de apoio a um processo decisório analítico sofisticado voltado a melhorar o desempenho da empresa.

1992: Max Bazerman e Margaret Neale fazem conexão entre estudos sobre decisões comportamentais e negociações no livro Negociando Racionalmente.

1995: Anthony Greenwald cria o teste de associação implícita para revelar atitudes ou crenças inconscientes capazes de influenciar o julgamento.

1996: Usuários da Internet passam a decidir o que comprar com base no que já foi adquirido por indivíduos similares.

2005: Em Blink, Malcolm Gladwell explora a tese de que decisões instantâneas são, às vezes, melhores do que as fundadas em longas análises racionais.

*Cronologia extraída da Harvard Business Review.

Que nesta semana que está por vir, você tenha muitas decisões, e que a maioria delas sejam acertadas e com muitos resultados positivos.

Sucesso à todos e boa semana.

sábado, 24 de março de 2007

É nos momentos de decisão que o seu destino é traçado


"A qualidade de nossas perguntas é a qualidade de nossa vida. Pessoas bem sucedidas tem perguntas melhores, e como resultado, melhores respostas." – Anthony Robbins

Poucas atividades são tão corriqueiras na vida de um homem ou de uma mulher de negócios quanto tomar decisões. Todos os dias, executivos e empresários vêem-se impelidos a fazer escolhas. Pode-se ouvir outras pessoas, mas decidir é um ato solitário e inevitável.

Na última edição da Revista Exame, tem uma matéria especial denominada “Grandes Decisões”. Nela vocês poderão verificar que pessoas como:

- Carlos Ghosn, da Renault-Nissan é movido totalmente pela razão;
- Howard Schultz da Starbucks fez sua empresa ser um império em pouco tempo seguindo puramente sua intuição;
- Omid Kordestani do Google apostando na matemática;
- David Barioni Neto, da Gol, não gosta de improvisos;
- Abílio Diniz diz que disciplina é tudo;
- Ricardo Semler, do Grupo Semco, trabalha com a decisão por omissão;
- André Gerdau, do Grupo Gerdau, diz que decidir é fácil. Difícil é convencer pessoas;
- Clóvis Tramontina, da Tramontina, com Schultz acredita na intuição como resultado das experiências e informações que são acumuladas ao longo da vida;
- Laércio Cosentino, da Totvs, utiliza sempre três planos diferentes para cada tomada de decisão;
- Rubens Ometto, da Cosan, gosta de discutir as idéias com várias pessoas;
- Emilio Odebrecht, do Grupo Odebrecht, acredita que as tomadas de decisão devem ser tomadas no momento certo, existe um time para isto;
- Lázaro Brandão, do Bradesco, diz que somente uma equipe coesa e com bons profissionais e que possam efetivamente contribuir positivamente na hora da decisão.

Estou falando de consagrados executivos, mas em nossa vida estamos o tempo todo tomando alguma decisão. Elas podem não mudar o mundo, mas podem mudar o rumo da sua vida ou simplesmente, mudar o seu cotidiano, o que já não é fácil. Neste momento, qual a sua ação?

Você é levado pelo instinto como Schultz e Tramontina, você é como Ghosn, Barioni e Cosentino que são conduzidos pela razão ou pensa como Brandão, Ometo e Gerdau que gostam de discutir suas idéias com várias pessoas?

A meu ver todas elas estão corretas. Pois todos chegaram ao topo agindo da maneira como eles pensam. Embora Schultz, comece a mudar um pouco seu processo de tomada de decisão, utilizando mais os fatos do que intuição, esta, deve com certeza ser levada em consideração, porém, somente a Gestão por Fatos, pode efetivamente fazer você tomar uma decisão sem medo de errar.

Fiz um curso recentemente sobre Lean Six Sigma, e um do pilares mais importantes que aprendi foi sobre a Gestão por Fatos. De uma forma simplista é você gerir através da utilização regular de medições, informações e análise para melhoria continua da qualidade e do desempenho. É foco 100% no cliente.

Meu toque desta semana é: Leiam a matéria e pesquisem sobre Gestão por Fatos, suas decisões não serão menos dolorosas, porém, serão mais certeiras e eficazes.

A nova realidade do mercado impõe que devemos ser cada vez mais rápidos em nossas decisões. Mas cuidado, "quanto mais alto é seu posto na organização, mais cercado de mentirosos você está" afirmou Betania Tanure da Fundação Dom Cabral.

Que todos tenham uma excelente semana e muitas conquistas pela frente.

sábado, 17 de março de 2007

Hoje é o melhor dia da minha vida!

Pessoas, abaixo transcrevo um vídeo que mais parece uma oração para celebração da vida. E ao meu ver é o que nos falta enquanto seres humanos. Agradecer todos os dias, pelas coisas que aconteceram, por poder ler esta mensagem, por sermos nós.

Agora em março entrará em cartaz um filme com o título "The Secret". O filme fala sobre como agimos negativamente em nossas vidas e o quanto isto faz com que o universo conspire negativamente contra nós.

Você é aquilo que você pensa, aquilo que você fala, a maneira como age. Querer é poder.

Pense em coisas boas e coisas boas lhe acontecerão. Isto não tem haver com religião, crendice ou pensamento positivo. Tem a ver com a força da atração ou Lei da Atração. Isto tem a ver com física quântica.

Aproveitem e vejam no lado direito do meu blog a coluna The Secret. Lá vocês assistirão alguns relatos do grande segredo. Descendo um pouquinho mais, vocês verão a coluna os 7 pecados capitais. Cuidado com eles...


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Um presente de “O Segredo” dedicado a alguém muito especial...
A gift from “The Secret” dedicated to someone very special…

O Segredo para você
The secret to you

Hoje é o início da minha nova vida
Today is the beginning of my my new life

Eu estou começando novamente hoje
I´m starting over today

Todas as coisas boas estão vindo para mim hoje
All goods things are coming to me today

Eu sou grato por estar vivo
I´m grateful to be alive

Eu vejo beleza em todo o meu redor
I see beauty all around me

Eu vivo com paixão e propósito
I live with passion and purpose

Eu dedico tempo para rir e brincar todos os dias
I take time to laugh and play every day

Eu estou acordado, energizado e vivo
I´m awake, energized and alive

Eu me foco em todas as coisas boas da vida
I focus on all the good things in life

E agradeço por elas
I give thanks for them

Eu estou em paz e uno com todas as coisas
I´m at peace and one with everything

Eu sinto o amor, a alegria e a abundância
I feel the love, the joy and the abundance

Eu sou livre para ser eu mesmo
I´m free to be myself

Eu sou magnífico na forma humana
I´m magnificence in human form

Eu sou a perfeição da vida
I´m the perfection of life

Eu sou grato por ser...
I´m grateful to be...

EU
ME

HOJE É O MELHOR DIA DA MINHA VIDA !!!!TODAY IS THE BEST DAY OF MY LIFE !!!


Uma ótima semana para todos.

sábado, 3 de março de 2007

Compro na Internet, logo não resisto...

Primeiramente, vamos começar com uma pequena diferenciação entre os conceitos E-Business e E-Commerce. Já ouvi diversas pessoas chamando E-Business de E-Commerce e vice-versa. Ou pior, dizendo que são a mesma coisa. Pode até parecer, mas não são! Além da semelhança básica do "E" (de "Electronic"), podemos afirmar que o E-Commerce é um subconjunto do E-Business, ou uma das várias ações corporativas (a de transacionar) que pode ser transformada digitalmente.

Assim, podemos definir E-Commerce como o conjunto de transações comerciais realizadas pela Internet. Seja entre pessoas e empresas (B2C), entre empresas (B2B), entre empresas e o governo (B2G)... qualquer dessas transações é E-Commerce; seja na ponta de compras (E-Procurement) ou na ponta de vendas (E-Sales). Portanto, quando alguém compra um CD pela Internet está fazendo uma transação comercial eletrônica. Idem para quando uma empresa compra online de um fornecedor, participa de um leilão ou vende ao seu revendedor.

Já o E-Business (que não envolve necessariamente uma transação comercial) é mais do que isso. E-Business é o processo de transformação digital, ou seja, a transformação das relações (processos, fluxos, departamentos), relacionamentos com agentes (parceiros, clientes, fornecedores, colaboradores) e trocas (informações, conhecimento, recursos) a partir da tecnologia digital. Melhorar a produtividade, aumentar a eficiência, aumentar as vendas, reduzir os custos, construir a marca, efetivar os treinamentos, enfim, a digitalização de qualquer operação corporativa tradicional. Portanto, E-Commerce é, de fato, subconjunto do E-Business. Mas vou me ater ao E-Commerce, por hora.

Como disse Lao Tse: "Uma viagem começa com um único passo." No E-Commerce global (e brasileiro), vários desses passos já foram dados. Como é natural em viagens exploratórias, os primeiros foram errados, imperfeitos, mal-dimensionados e compreendidos enquanto eram dados. O fato é que esta trilha de transações digitais que o mundo está criando (e se transformando) está solidamente se tornando uma rua eficiente e - acredito que ninguém mais tenha dúvidas - logo, logo chegará a se tornar uma mega-avenida. É só questão de tempo e confiança. Mas tudo é questão de tempo e confiança.

O amadurecimento de um processo - sua repetição - faz com que suas falhas diminuam e que este evolua cada vez mais, até o ponto de se tornar corriqueiro, comum, tradicional - a ponto de realizarmos negócios de olhos fechados. Isso quer dizer que o E-Commerce vai ser, um dia, como é hoje, emitir cheques ou comprar pelo telefone... experiências comuns.

A questão da confiança no comércio eletrônico está ainda depositada principalmente em empresas tradicionais do varejo, que possuem lojas de "tijolos". No mundo da Internet, tudo é igual ao mundo físico (e esquecer isso foi o erro de muitos), mas tudo é também muito particular (e negar isso pode ser o erro de outros).

Fenômenos interessantes têm sido verificados. Há cadeias de varejo no Brasil em que a loja virtual ultrapassa, em muito, a receita de algumas das lojas físicas. Além disso, o ticket médio chega a ser 20, 30 vezes maior. É claro que isto se deve tanto ao perfil dos usuários como ao seu amadurecimento. Muitos dos usuários demoram a realizar a primeira compra, mas uma vez bem sucedidas, estes se tornam usuários mais freqüentes.

Além de atributos como comodidade, conforto, intermitência e variedade, a Internet proporciona ao consumidor uma das ferramentas mais importantes para quem compra: a comparação de preços e condições. Com essas ferramentas, o internauta tem a chance de procurar rapidamente o que deseja e ainda economizar na compra*.

Para reforçar a segurança no processo de compras eletrônicas, algumas medidas devem ser adotas pelos usuários antes das compras virtuais - as tais best practises. Dentre elas, conferir se há especificação, modelo, qualidade, tamanho, cor, estoque e o que mais achar necessário para ter uma idéia clara do produto. Outras informações interessantes são: a procedência da loja, consultar outros clientes, verificar quais os meios de pagamento aceitos, os sistemas de segurança adotados, quem faz a entrega, se há central de atendimento etc.

O Procon, órgão de defesa do consumidor, mantém um cadastro de reclamações fundamentadas que pode ajudar antes do fechamento do negócio (www.procon.sp.gov.br). Além de tudo isso, o código de defesa do consumidor (válido também para as compras online) ainda garante o direito de devolução do produto no prazo de sete dias.

As bandeiras de cartão de crédito são as empresas que mais estão investindo neste mercado e têm trabalhado para garantir segurança e confiabilidade do processo de compra online junto aos estabelecimentos credenciados. A MasterCard, por exemplo, conta com o Komerci, e a Visa com o Comércio Eletrônico Seguro.

Complementarmente, pesquisas de satisfação têm demonstrado que o e-consumidor apresenta níveis de satisfação da ordem de 85% com as lojas virtuais com as quais transaciona.Os varejistas online, por sua vez, estão evoluindo em questões como usabilidade de seus sites, atendimento online, fulfilment, tratamento de dados, proteção ao usuário, respeito por permissão, ações de promoção (inclusive up-sell e cross-sell), bem como fidelização/relacionamento e construção de marca na Internet.

As informações do relacionamento empresa-cliente não podem se perder pelos diversos sistemas legados existentes nas empresas. São ativos, portanto valor, dinheiro. Elas devem ser centralizadas, não importando o canal de comunicação. Uma ferramenta de CRM (Customer Relationship Management) é primordial nestes casos. Só assim pode se pensar em ações dirigidas (1to1) e fidelização. É claro que por trás de tudo isto existem datawarehouses, datamarts, dataminings, DBMs, mas isso é tema para outro artigo.

Esstamos na fase do Marketing de Integração de Clientes, a Web está mais do que nunca Comercial.

Assim, finalizo apresentando uma visão geral da evolução do Marketing - como está sendo e será praticado - postulada por Richard W. Oliver em "O Marketing na Aldeia Global".


Época
Anos 50 - Ênfase: Produto
Anos 60 - Ênfase: Consumidor
Anos 70 - Ênfase: Ambiente Externo
Anos 80 - Ênfase: Ambiente global
Anos 90 - Ênfase: Intimidade com o cliente

Anos 2000 - 2010 - Ênfase: Participação efetiva do cliente

Anos 50 - Objetivo: Lucro

Anos 60 - Objetivo: Participação de mercado
Anos 70 - Objetivo: Benefícios dos Stakeholders
Anos 80 - Objetivo: Participação no mercado global
Anos 90 - Objetivo: Exceder as expectativas dos clientes
Anos 2000 - 2010 - Objetivo: Participação de mercado


Anos 50 - Ação: Vendas
Anos 60 - Ação: Marketing(4 Ps)
Anos 70 - Ação: Gerenciamento de relacionamentos
Anos 80 - Ação: Vantagem competitiva
Anos 90 - Ação: Engajamento do cliente

Anos 2000 - 2010 - Ação: Ciclo de vida do cliente

Anos 50 - Público: Massa

Anos 60 - Público: Segmentos
Anos 70 - Público: Nichos
Anos 80 - Público: Clusters
Anos 90 - Público: Individual
Anos 2000 - 2010 - Público: Cliente Integrado

Boas compras (online) e até o próximo artigo.

A exclusão do analfabetismo digital

"Se você, deliberadamente, planejar ser menos do que você é capaz de ser, eu lhe aviso que você será profundamente infeliz." (Maslow)

Para falar de Inclusão Digital, não poderia deixar de mencionar um outro assunto pertinente e que está intrinsecamente relacionado à maneira como as pessoas são inseridas em nossa sociedade. Serei suscinto para tentar não parecer um político à procura de votos ou ainda fazer com que a sua consciência fique lembrando o tempo todo que você não está exercendo seu papel no combate à exclusão social.

Primeiramente, para combater a exclusão social são necessários projetos que promovam o desenvolvimento de toda uma sociedade que está à mercê do caos urbano, onde o individualismo e o ceticismo florescem e tornam cada vez mais injusta a competição a que são submetidas milhões de pessoas que mal sabem o significado da palavra inclusão. Treinamos nossos filhos para serem os melhores, os números "1" e os mais competitivos. Mas esquecemos de ensiná-los a arte da coopetição - contração das palavras cooperação e competição, que caracteriza situações em que concorrentes cooperam com o objetivo de obter benefícios para todos. Falta justamente isto: entender que cooperar fortalece tanto quem recebe quanto quem colabora.

Temos de ter projetos que financiem e produzam impacto direto na expansão e melhoria da qualidade de nossa infra-estrutura urbana e passem a permear os serviços sociais com maior fluidez, alcançando as camadas que realmente necessitam de tais empreendimentos. E, daí em diante, abre-se um leque enorme, como investimentos de combate à fome, modernização dos órgãos governamentais, geração de renda e criação de oportunidades. É a partir da criação de oportunidades que começarei a falar sobre a Inclusão Digital. Se você chegou até aqui é porque realmente está interessado no tema e, principalmente, em ajudar a vencer o analfabetismo digital. Bom, vamos em frente. Governo e sociedade começam a dar sinais de que podem trabalhar juntos na erradicação desta moléstia social, que não permite que as classes mais necessitadas tenham acesso às ferramentas que lhes permitirão ter pelo menos o direito de tentar entrar no mercado de trabalho e, com isto, ter uma vida digna e direcionada para o bem maior - a construção de uma sociedade justa e humanitária. Isso significa poder fazer a diferença.

Você está fazendo a diferença hoje? Pergunte à pessoa ao seu lado: você está fazendo a diferença hoje? Vai, não pense que está fazendo um papel ridículo. Pois é justamente isto que bloqueia o avanço de uma sociedade mais aberta e preocupada com o futuro do próximo: a falta de comunicação e oportunidade de contribuir com algo que realmente irá agregar valor para o seu futuro.

A prefeitura de São Paulo, por meio do Governo Eletrônico da Secretaria Municipal de Comunicação e Informação Social, iniciou, em 2001, um projeto considerado o maior na América Latina voltado à Inclusão Social: os chamados Telecentros. São Paulo já conta com 40 unidades instaladas em áreas da cidade consideradas socialmente excluídas, que estão permitindo a mais de 90 mil pessoas o acesso à tecnologia, ou seja, à informação, serviços e conhecimento, de maneira interativa. A meta é chegar a 107 telecentros e atingir algo em torno de 320 mil pessoas na capital. Para tanto, a prefeitura conta com importantes parcerias com entidades da sociedade civil e organizações não-governamentais. Enquanto as primeiras entram com os equipamentos, mão-de-obra e verba de manutenção, as entidades fornecem o espaço físico e auxiliam na gestão do telecentro, bem como desenvolvem projetos sociais que levam aos jovens palestras, dinâmicas de grupo e aulas de informática.

Já no âmbito estadual, uma ação promete ajudar no processo de Inclusão Digital. Denominada "O Povo na Internet", trata-se da adoção dos "flash cards", mais conhecidos como cartões de memória. O governo de São Paulo quer criar um novo conceito de computador popular, com cartão de memória removível, no qual o usuário poderá armazenar arquivos e mensagens eletrônicas. O cartão poderá ser utilizado em terminais instalados em locais públicos, como estações de metrô e hospitais. A meta do governo paulista é chegar aos 10 mil terminais com a ajuda da iniciativa privada.

No âmbito federal, o FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações), criado para financiar a inclusão digital da sociedade brasileira por meio do atendimento a escolas, bibliotecas e hospitais, já acumula fundos arrecadados de R$ 2,3 bilhões; porém a velocidade de emprego dessa verba é lenta, prejudicando principalmente 13 mil escolas que precisam de equipamentos. Desta forma, milhares de jovens deixam as escolas rumo ao mercado de trabalho sem perspectiva alguma e sem a mínima noção do funcionamento de um computador.

É claro que apenas a Inclusão Digital não será suficiente para garantir trabalho e qualificação para esses jovens, mas é o começo do processo de nivelamento do conhecimento. Hoje, mesmo quem pode pagar escolas particulares de informática tem problemas de formação. As escolas não possuem programas de qualificação e desenvolvimento profissional que os oriente a enfrentar um mercado cada vez mais competitivo e menos coopetitivo. Cabe à sociedade civil - e nela estão incluídos eu, você e todos aqueles que querem mudar de maneira significativa os rumos da nossa sociedade - fazer com que o amanhã tenha um real significado na vida de milhões de pessoas.

Você está fazendo a diferença hoje? Perguntou à pessoa ao seu lado? Se ele(a) respondeu não, porque então não se perguntar novamente: Por que não contribuir, se você tem capacidade e vontade para mudar esta sociedade?

Existem diversas organizações não-governamentais, as chamadas ONGs, que têm contribuído muito para diminuir o analfabetismo digital e que precisam de pessoas como você para ajudar no trabalho voluntário. Doações também são bem-vindas. Conheça o trabalho destas instituições, identifique-se com o programa e mãos à obra. Veja como você pode participar.

Seguem abaixo alguns sites interessantes que podem lhe trazer informações adicionais. Projeto Aprendiz O Projeto Aprendiz (www.aprendiz.org.br) é uma iniciativa do jornalista Gilberto Dimenstein, do qual sou fã, especialmente por seus comentários no rádio, sempre apresentados com profunda convicção e seriedade. O Aprendiz recruta e seleciona pessoas que desejam ajudar no desenvolvimento de uma educação mais efetiva, experiencial e prazerosa. Neste site, você encontra opiniões de colunistas, guia de empregos, orientação profissional, dicas de sites que auxiliam nos deveres de casas e muitas notícias sobre o Terceiro Setor.

Recomendo também que visite os projetos sócio-educacionais que o Aprendiz conduz no bairro da Vila Madalena... e também que experimente as delícias do Café Aprendiz. Comitê para a Democratização da Informática O CDI - Comitê para a Democratização da Informática (www.cdi.org.br) - representa uma nova perspectiva para a inserção de jovens até então à margem da revolução digital. Neste site, você encontra, além de muita informação sobre Inclusão Digital, a possibilidade de se tornar um voluntário, fazer doação de computadores usados e participar da capacitação profissional de jovens carentes. Garagem Digital O programa da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente (www.fundabrinq.org.br) possui atualmente duas garagens digitais em São Paulo. A primeira foi construída na Associação Meninos do Morumbi (www.meninosdomorumbi.org.br), e atende a segunda turma de 120 jovens, entre 14 a 24 anos. A segunda está instalada no CPA (Centro de Profissionalização de Adolescentes Padre José Bello dos Santos), ligado à Ação Comunitária Paroquial Jardim Colonial, e atende gratuitamente 120 adolescentes no distrito do Iguatemi. Ayrton Senna O Instituto Ayrton Senna (http://senna.globo.com/institutoayrtonsenna) oferece condições de desenvolvimento humano a crianças e jovens do Brasil por meio da criação, implementação e disseminação de tecnologias sociais.

Para as ONGs que não mencionei neste artigo, prometo que em um próximo terei o prazer de mencionar seus trabalhos. Para tanto, mandem-me suas ações e programas. Para finalizar, gostaria de dizer que embora tenhamos diversas iniciativas para erradicação da exclusão digital, ainda estamos engatinhando.
Há muito trabalho pela frente, além de interesses políticos que deverão ser estirpados, para que não haja descrédito e falta de confiança nas pessoas que realmente querem uma cidade melhor, um país melhor e principalmente um povo orgulhoso e com fome de solidariedade e auto-estima. Portanto, sua ajuda é fundamental nesta transformação social. Sucesso a todos!